sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dicionário de Santa-Mariês


Dicionário de Santa-mariês – por Máucio (06 Out 09)

Retirado do site: http://www.claudemirpereira.com.br/2009/10/dicionario-de-santa-maries-por-maucio/

Estava, em 1999, numa linda tarde de sol, passeando pela Feira do Livro de Porto Alegre quando me deparei numa banca com o Dicionário de Porto-Alegrês, do professor e escritor Luís Augusto Fischer. A aquisição da obra foi automática. Quase um terço da leitura foi feita ali mesmo na Praça da Alfândega, tal a empatia que a publicação me provocou. Ao final da tarde tomei o ônibus de volta à cidade e li mais um terço durante a viagem.

No dia seguinte acordei lá pelas 8 horas, tomei um café ligeiro, porque as 9 tinha aula, o semestre se encaminhava pro seu final e o pique de trabalho era acelerado. Algo, porém, estava subjacente depois da ida a capital. Não me saía da cabeça uma questão: seria possível um Dicionário de Santa-Mariês?

Essa ideia me acompanhou por alguns dias. Fiquei mais entusiasmado ainda quando tive a notícia que de um dos verbetes incluídos no trabalho do Fischer eu havia co-participado: ¨chinelo-de-dedo¨ foi uma sugestão dada por uma colega também gaúcha. Eu estava na aula quando ela utilizou a expressão e todos os paulistas presentes a acharam muito estranha. Assim como piá, cusco, mate… Sabe né, fora do Rio Grande é que aflora nosso dialeto.

Precisaria de um jeito de me sentir mais longe de Santa Maria para perceber nosso vocabulário específico, ou usar outras estratégias.

Fui fazendo um levantamento memorial e cheguei a algumas palavras e expressões: Primeira Quadra, Taperinha, Buraco do Behr. Isso me deu ânimo para continuar, mas logo compreendi: vou precisar da ajuda de amigos. Vou democratizar a pesquisa, tal como fez o mestre Fischer. Falei a dois ou três amigos, que contribuíram com uma ou outra coisa. A lista aumentou um pouco, mas não ao ponto de formar um inventário.

Bãi!!! foi uma descoberta bem significativa. Conforme testemunho de várias pessoas, é um termo típico de Santa Maria, seria uma variante de Bah, que por sua vez, é uma ¨contração¨ de Barbaridade.

Boi Morto, Farrezão, Bom-Bril, nome popular do Centro de Atividades Múltiplas, são outros exemplos de vocabulário próprio do Coração do Rio Grande.

Tem outras expressões que são ainda mais curiosas:

- ter aula ¨lá fora¨: significa ¨aula no campus da UFSM¨.

- ¨Ir pro Verde¨: quer dizer dirigir-se ao balneário do rio Vacacaí.

- Vou ¨subir¨: o mesmo que ¨vou ao centro da cidade¨, localizado mais ao alto.

E uma expressão mais particular ainda, mas não menos curiosa:

- Vou ¨comer no Redondo¨: significava almoçar no restaurante localizado no campus da UFSM.

Apesar de um bom início, que pareceu promissor, a ideia do Dicionário de Santa-Mariês, no entanto, foi colocada na gaveta.

Agora, algum tempo depois, aproveito esse espaço para tentar ressuscitar o projeto. Gostaria de convidar os leitores e amigos desse sítio a ajudar na procura e descobertas de palavras e expressões típicas de Santa Maria e região.

Entre nessa cruzada enviando sugestões e iremos montando de forma ampla e irrestrita, um dicionário típico da nossa Cidade Cultura, o Dicionário de Santa-Mariês. Me ajudem!

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Faça sua contribuição acessando:


http://www.claudemirpereira.com.br/contato/dicionario-de-santa-maries/

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Fonte: http://www.claudemirpereira.com.br/2009/10/dicionario-de-santa-maries-por-maucio/, em 30 Out 09, às 11h44min


2 comentários:

  1. O link para fazer contribuições é o endereço de uma imagem.

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  2. Obrigada Dewes!

    Já fiz a correção. Agora o link está correto!
    Abs!
    Andrea

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Obrigada por seu comentário!!!