segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Origem Histórica de Santa Maria

Origem Histórica de Santa Maria


Aristilda Rechia


Para considerar a origem histórica de Santa Maria, é necessário remontar ao ano de 1777, 1º de outubro, quando as Coroas de Portugal e Espanha celebraram um convênio denominado Tratado Preliminar de Restituições Recíprocas, com o objetivo de demarcar os limites entre os domínios dos dois países no Sul do Brasil, para que as terras, que haviam sido ilegalmente arrebatadas, em guerras anteriores, fossem devolvidas às Coroas respectivas. A campanha foi iniciada em 1784, e o interesse das Coroas era de paz, pois ambas desejavam o progresso de suas colônias localizadas no continente meridional americano. Entretanto, o povo não compartilhava do mesmo espírito de tranqüilidade. Razões adversas levaram os Comissários de Demarcação de Limites, da Espanha e de Portugal (Comissão Mista), a constantes e sangrentos conflitos, o que impediu a concretização do que previa o Tratado. Nunca houve conformidade entre os comissários dos dois países, e cada qual interpretava o documento oficial como melhor conviesse para o seu país.


A1ª Divisão da Partida Portuguesa esteve em 1787, em terras de Santa Maria, no Arroio dos Ferreiros, depois Passo dos Ferreiros, (porque quando o exército passou pelo local, os ferreiros armaram aí, suas forjas. Hoje, nesse lugar, está assentado o Núcleo Habitacional Tancredo Neves). Seguindo para o sul do Estado, junto do Forte espanhol de Santa Tecla, a expedição bipartiu-se, constituindo uma das partes a 2ª Subdivisão da Partida Portuguesa, assumindo sua direção o Coronel Francisco João Roscio e como astrônomo, Joaquim Félix da Fonseca. Como os ânimos se mantivessem constantemente alterados, sem formalidades, sem aviso prévio ou despedidas, cada Partida (Portuguesa e Espanhola) tomou um rumo diferente. O rompimento da Comissão Mista deu origem à cidade de Santa Maria. A 2ª Subdivisão da Partida Portuguesa (1797) volta até o Arroio dos Ferreiros, e daí se organiza para escolher um lugar apropriado para seu acampamento. O local escolhido foi a sesmaria do Padre Ambrósio José de Freitas, onde hoje se assenta a cidade de Santa Maria. Os integrantes da Partida constroem seus ranchos, derrubando a floresta, levantando quartel para a tropa, erguendo um pequeno oratório, dando origem à atual Praça Saldanha Marinho e à Rua do Acampamento. A capelinha ficava situada na face norte. A Capela do Acampamento constituiu-se num ponto de referência de estancieiros que de léguas vinham se estabelecer nesse sítio, movidos pelo prestígio da religião católica, e com isso, a população ia aumentando.


Vieram também, famílias de municípios vizinhos e de outros estados, como Paraná e São Paulo. Casais açorianos natos, outros descendentes de açorianos, especialmente de Curitiba e Paranaguá. No ano seguinte ao estabelecimento da Partida, a população já ultrapassava a duzentas pessoas. A 2ª Subdivisão veio assim formada: Comissário - Coronel Francisco José Roscio: Astrônomo - Joaquim Félix da Fonseca; Engenheiro - Francisco Chagas Santos; Comissário-pagador- Manoel da Silveira Peixoto; Capelão -Padre Euzébio de Magalhães Rangel e Silva; Oficiais auxiliares: Sargento - mor Manoel da Rocha e Souza; Capitão Francisco Alves de Oliveira; tenentes José Francisco da Cunha e José dos Santos Cardoso; Alferes Carlos dos Santos Barreto e Jerônimo Gomes da Silva.


Também integravam a Partida: um cirurgião, três artífices - um relojoeiro, um ferreiro, 2 carpinteiros e um canteiro (pedreiro) -; dois capatazes de boiada, oito peões ou moços do trabalho do campo, e mais os escravos dos oficiais. Além desse pessoal da Partida de Demarcação, vários oficiais e soldados traziam esposa ou concubina e filhos, totalizando cem pessoas integrantes da caravana. A Força Militar compunha-se de 1 tenente, 1 furriel, 2 cabos e 12 soldados do Regimento de Dragões de Rio Pardo e um sargento, 3 cabos, 1 tambor e 12 soldados do Corpo de Cavalaria Ligeira. O material da partida era transportado em 14 carretas e 1 carretão, conduzidos por 2 capatazes, 28 peões, 200 bois e 18 mulas. O crescimento de Santa Maria deu-se paulatinamente e teve diferentes fases. Primeiramente, foi Acampamento (1787-1801), depois Povoado (1801-1812), Curato(1812-1819), Distrito(1819-1837), Freguesia (1837-1857), Vila (1857-1876) e por fim Cidade (1876). Os pioneiros habitantes do distrito da Capela do Acampamento de Santa Maria, chamados de moradores e aplicados, são apontados como os fundadores da cidade. Compreendem aproximadamente 100 índios guaranis, 100 escravos negros e 84 famílias.


Fonte: http://www.santamariatur.com.br/, em 03 Ago 09, às 15h30min



5 comentários:

  1. muito obrigada vcs me ajudaram muito num trabalho

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  2. Olá Karine!

    Que bom que ajudamos!
    Boa sorte!

    Andrea

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  3. gostaria de saber a fonte das informações citadas para colocar no referencial bibliográfio. agradeço

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  4. Valioso esse trabalho.Penso que poderia ser produzido um folder contando essas histórias com distribuição gratuitas em pontos de circulação pública.

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  5. me interesaria conocer estudios sobre las rutas o trillas de la epoca colonial desde -margen atlantica-puerto-rio grande-hacia el oeste-santa maria-sao borja-asuncion paraguay-de carretas y ingreso de mercaderias para poblaciones-primeras rutas comerciales coloniales-tambien ibicacion del sistemas de postas-correo-instituidos por el imperio.-considero que estos sistemas fueron las raices de los poblados americanos.-agradecidos

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