sábado, 4 de junho de 2011

Família Seibel em Santa Maria

O texto abaixo é de Dora Araujo Seibel:

A minha mãe me contava, que meu bisavô (Henrique Seibel) era jardineiro do rei Francisco da Austria (tem até um filme sobre o romance deste rei com a imperatriz Sisi, é lindo!). Minha mãe falava que esse rei gostava muito do meu bisavô; visto que lhe deu vários presentes para meu bisavô quando imigrou para o Brasil. Entre eles camélias anãs e um busto pequeno de cristal.
Meu bisavô se instalou nas terras que até hoje ainda existem, perto do morro a qual se chama Quinta Seibel. Casou com a minha bisavó Ana Wolf Seibel e tiveram 5 filhos entre eles meu avô.
Seus nomes eram Erwin, Lindolpho Helmuth (avô), Lindolpho Ernesto, Beno e Edithe Seibel.
Nesta propriedade ele fez um verdadeiro jardim imperial inclusive com a mesma piscina existente neste castelo.

A piscina foi feita com a água que corre do morro, sempre limpa.

Minha mãe aprendeu a nadar nesta piscina, a cidade inteira passava o verão lá. FOI A PRIMEIRA PISCINA DA CIDADE.

Meu avô se formou na Argentina como engenheiro florestal, como meu bisavô e lá foi o começo de tudo.

Meu vô Helmuth além de ter a floricultura ele também tinha uma firma de loteamento a qual ele recebia sempre a metade em terras. Bairro Nossa Senhora de Lurdes, (Fernando Ferrari) Nonoai, Parque Pinheiro Machado. Passo da Ferreira, Passo dos Weber etc...

As árvores plantadas na avenida Rio Branco (pinus australianus) foi ele que plantou.

Sei que ao total ele ainda tinha quando morreu 3.798 terrenos na cidade de Santa Maria.

Aonde existe o prédio e a Galeria Seibel, existia naquele lugar a casa de um cônsul que meu avô comprou. Essa casa tinha vidros de cristal francês, uma escadaria com corrimões de bronze e uma sacada toda de bronze. Foi lá que minha mãe fez sua festa de casamento onde durou 7 dias sua festa, foi o casamento do ano (ela era filha única, porque o sangue da minha avó não combinava com o do meu avô). A casa era muito grande e muito bonita.

Lembro que a loja com o tempo ficava na parte da frente da casa, onde meu avô vendia sementes (importadas da Holanda e de vários locais da europa) e mantinha a floricultura. Lembro que ele falava sempre em navios que haviam chegado ao porto de Santos.

Meu avô viajava muito para colher orquidias na America do Sul inteira (inclusive quase morreu uma vez porque pegou tuberculose se embrenhando nas matas do Rio de Janeiro).

Ele fazia enxertia em seu roseiral, sempre via ele agachado com seu canivete e amarrando com rafia. Também cuidava das orquídeas com muito amor na estufa toda de vidro, era linda.

Com o tempo ele aceitou a troca da casa pela galeria e um apartamento na av Rio Branco (todas as lojas eram dele) inclusive o nome é galeria Seibel. Lá ele vendeu algumas lojas {a da D.Cenira, a do seu Brandão (joalheria, o Figaro (cabeleireiro)}. Ele ficou com 5 lojas dele, todas do fundo (onde empacotava as sementes e mantinha o estoque), o escritório para vendas de terrenos financiados, mais duas lojas para a floricultura.

Meu avô falava e escrevia fluentemente 5 linguas, eu achava incrível!

Com o tempo, aos 62 anos minha avó resolveu se separar do meu avô, não legalmente. Eles estavam morando na Chacara Seibel onde tinham 148000 metros quadrados de terra, localizada no Parque Pinheiro Machado (saída para São Pedro do Sul) à 5 km do centro da cidade de Santa Maria. Eu morei lá também.

Meu avô teve trombose e minha mãe trouxe ele para casa, minha avó nunca perdoou meu avô, sempre chingava ele coitado!

Ele teve essa doença em 79. A loja tinha ficado aos cuidados do Benaduce, Vitório e seu Artur e tinha mudado o nome para Agroseibel e aos cuidados de minha mãe, afinal minha avó não queria nem se envolver. Lembro que nem no natal ela desejava felicidades ao meu avô.

Meu avô não falava um dialeto que agente entendesse, porque voltou a falar alemão e agente não entendia nada.

Sei que sempre que a gente saia com ele ele queria que o levassem para ver algumas terras mas nunca entendíamos porque?

Em julho de 83, meu avô foi fazer revisão no hospital e pegou uma bactéria e morreu. Minha mãe Elaine ficou inconsolável, chorava toda hora em desespero, afinal era filha única dele.
Minha mãe faleceu em 85 de aneurisma cerebral deixando 6 filhos: Marcia, Dora, Renato, Ernesto (faleceu em 04 de julho de 1990), Ricardo e Guilherme (na época menores de idade).

Minha avó ficou doente, teve Alzeimer e faleceu em 2003 , sem conhecer ninguém em uma clínica de velhinhos em Santa Maria.

Assim terminou minha família!

Minha irmã mora perto de Porto Alegre não lembro o nome da cidade, o Ricardo mora em Restinga Seca, o Guilherme em Monte Negro, eu em Cambé no PR,o Renato em Curitiba, meu pai em Capão da Canoa.

Somos herdeiros direto de meu avô e minha avó.

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Obrigada!


4 comentários:

  1. Que história linda Dora! eu tive a oportunidade de conhecer a Quinta Seibel, um lugar muito bonito ao meio de tantas folhagens e flores uma bela piscina natural, conheci o Sr Lindolfo Seibel e a Edith e também a sua filha, Suzana.

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  2. Que legal. Também tive o prazer de crescer indo na floricultura. Lembro dos tanques onde tinham peixes. E da piscina de água natural.

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  3. Que bacana, minha avó foi citada na história, mas o nome dela é Senir e não Cenira.

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  4. Que bacana, minha avó foi citada na história da compra da loja, mas o nome dela é Senir e não Cenira.

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