sábado, 21 de abril de 2012

Tinta nova, velhos dilemas - COOPFER

 
21/04/2012 | N° 3121 - Jornal Diário de Santa Maria

Tinta nova, velhos dilemas

A imponência da sede da Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea (Coopfer), na Rua Manoel Ribas, na Vila Belga, dá uma ideia da importância que já teve. A pintura amarela realizada durante a revitalização da Vila Belga parece ter dado vida nova ao prédio de dois andares, mas nada que se compare aos velhos tempos da ferrovia. Centenas de pessoas passavam por lá todos os dias em busca de serviços administrativos ou para ir ao setor de Fazendas, Calçados e Armarinhos, que funcionava no andar térreo e oferecia produtos com preços bem mais baixos do que o de mercado para os ferroviários e suas famílias.

Fundada em 26 de outubro de 1913, a cooperativa chegou a ter 23 mil associados e 1,5 mil funcionários nas principais cidades do Estado. A administração era feita em Santa Maria onde, ainda hoje, estão guardados muitos documentos da época. Foi para ter um local adequado para esse serviço que a cooperativa construiu a sua sede, inaugurada em 1º de março de 1932.

– O estilo do prédio é art déco, mas o letreiro com linhas retas dá ao local ideia de modernidade – explica a professora e pesquisadora Vani Foletto.

No prédio de dois andares, atualmente trabalham sete pessoas, todas no setor administrativo da cooperativa. Segundo o presidente da Coopfer, Adão Ledesma de Mello, 82 anos, além da direção, passam pelo prédio cerca de 40 pessoas por mês, a maioria em busca de informações sobre a Rede Ferroviária.

Há 10 anos, o professor de História Rodrigo Coelho de Mello é um dos funcionários que trabalham no prédio. Interessado pela história da cooperativa, ele está catalogando todos os documentos e fotos. A iniciativa ajuda os pesquisadores que vão ao local em busca de informações sobre o passado da ferrovia e, é claro, sobre Santa Maria.

O professor acredita que o futuro do prédio – e da Vila Belga como um todo – depende da união de esforços para um tombamento como patrimônio nacional e da humanidade. Isso, segundo ele, ajudaria a buscar recursos para a manutenção e para as melhorias do local.

Segundo a procuradora jurídica do município, Anny Desconzi, existem ações trabalhistas para o pagamento dos funcionários da cooperativa envolvendo o imóvel. Por isso, a chance de ele ser encampado pela prefeitura é pequena.

– A cooperativa tem dívidas, não só com a prefeitura, mas com o Estado e o INSS. A União poderia repassar o prédio ao município. É uma hipótese remota, mas não impossível – afirma Anny.

Por enquanto, o certo é que o andar térreo do prédio será alugado, provavelmente para uma fábrica de móveis. A intenção é arrecadar fundos para a cooperativa, que deve investir o dinheiro na reforma interna do prédio, bem desgastado pela ação do tempo.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,1304,3733861,19447

2 comentários:

  1. Um grupo de alunos da Escola para Adultos do Colégio Centenário/Fames Esteve visitando a Vila Belga no dia 18 último. Penso que a comunidade ainda não despertou para a importância deste patrimônio, oxalá ocorra o tombamento e o reaproveitamento dos espaços com um centro cultural e um restaurante.Tenho certeza que atriria muitos turistas.

    ResponderExcluir
  2. Olá Sonia!

    Concordo contigo!!!
    Queremos o melhor para a nossa cidade.
    A Vila Belga está ficando cada dia mais bela. Espero realmente que logo possam restaurar tudo e que o público de Santa Maria possa aproveitar melhor aquele espaço.

    Abraços!

    Andrea

    ResponderExcluir

Obrigada por seu comentário!!!